segunda-feira, 6 de junho de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 04 a 06 de junho de 2016


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Tractebel adota medidas voltadas à preservação e recuperação ambiental na região

Durante a implantação da Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), a Engie Tractebel Energia está desenvolvendo ações para preservar e recuperar o meio ambiente. Ainda na fase de viabilização da termelétrica, que está sendo instalada na localidade de Seival, em Candiota, foi realizado o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), que consistem num conjunto de levantamentos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados dos meios socioeconômico e ambiental (meio físico e biótico) da região de inserção do empreendimento. Por meio desses estudos foram definidas as ações de preservação, mitigação e/ou compensação dos impactos decorrentes da construção da usina. Esses estudos resultaram no Projeto Básico Ambiental (PBA) que compreende 19 programas/planos socioambientais que estão sendo implantados. “Todas as atividades realizadas pela UTE Pampa Sul são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar que gerencia e acompanha a execução das atividades dentro do Programa de Sistema de Gestão Ambiental (SGA)”, destaca o gerente socioambiental da nova usina, Hugo Roger Stamm. 
O executivo conta que, desde o início dos trabalhos de implantação da termelétrica, todas as atividades que resultam em movimentação do solo e supressão vegetal estão sendo acompanhadas pelas equipes especializadas em resgate de fauna e ictiofauna que efetuam o eventual resgate dos animais surpreendidos por essas atividades. “Para atender as equipes de resgate e para a acomodação temporária dos animais resgatados foi instalado o Centro de Apoio às Atividades de Fauna e Ictiofauna (CAAFI), que possui um espaço com instalações adequadas para o atendimento dos animais”, informa Stamm.

Programas e planos desenvolvidos pela empresa
Fauna Silvestre
O Programa de Controle de Atropelamento de Fauna Silvestre efetuou os levantamentos das potenciais áreas críticas de travessia de animais nos trechos das estradas compreendidas entre João Emílio e as áreas das obras, passando pela Vila Seival, numa extensão aproximada de 11 quilômetros. Nesses locais foram instaladas 16 placas de advertência sobre pontos de travessia de animais, 19 placas de controle de velocidade e quatro lombadas. Mensalmente é realizado o monitoramento dos trechos dessas estradas visando quantificar os casos de atropelamento da fauna e avaliar a eficiência das medidas implantadas. Sempre que necessário o programa prevê a proposição dos ajustes ou a implantação de novas medidas para evitar o atropelamento. “Além dessas atividades, foram realizadas duas blitz educativas para entrega de material educativo aos motoristas que trafegam nestes trechos, alertando para os cuidados a serem adotados para evitar atropelar os animais e, também, para a manutenção da segurança nas vias por meio do respeito à sinalização e à velocidade máxima permitida nas estradas”, ressalta o gerente.

Fauna Terrestre
Quanto ao Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre, as atividades são realizadas para coletar informações sobre a fauna silvestre presente nas áreas de influência do empreendimento, de modo a avaliar e acompanhar as respostas desses animais frente às modificações ambientais. “Dentre as atividades realizadas, destacamos o monitoramento das rotas de fuga de animais silvestres através da técnica de radiotelemetria, com coleiras com transmissores que enviam sinais diários indicando a localização dos 12 animais selecionados para o monitoramento, atividade inédita no Brasil”, informa Stamm, acrescentando que a atividade busca avaliar e acompanhar as respostas desses animais frente às modificações ambientais provocadas pela supressão vegetal e pelo enchimento do reservatório, possibilitando o acesso a uma série de informações da ecologia desses indivíduos em seu habitat natural. 
Visando auxiliar na conscientização da população, vem sendo realizadas, também, atividades educativas com temas diversos como caça, cuidados com acidentes com animais peçonhentos e preservação da fauna junto aos colaboradores das obras, os quais são estendidos para as comunidades. Para auxiliar nessas atividades, o executivo menciona que diversos materiais informativos estão sendo produzidos e distribuídos na região.

Monitoramento
Em relação ao meio físico, diversas atividades vêm sendo realizadas, com destaque para o Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar, Meteorológico e Emissões Atmosféricas, que monitora a qualidade do ar por meio das três estações de monitoramento instaladas na vila do Seival, no bairro João Emílio e no canteiro de obras da UTE Pampa Sul. Essas estações acompanham a qualidade do ar nesses locais, auxiliando na tomada de eventuais ações mitigadoras sempre que for detectada discrepância nos resultados das medições que possam causar danos para a comunidade ou para o meio ambiente.

Flora Nativa
Os cuidados com a flora nativa estão presentes em diversos programas. O Programa de Supressão Vegetal e Limpeza das Áreas de Alague, que também contempla o Subprograma de Salvamento de Germoplasma Vegetal, prevê o resgate do material genético vegetal (germoplasma – sementes, plantas, entre outros) proveniente das áreas a serem alagadas com a formação do reservatório. Entre as atividades realizadas, Stamm cita o censo das corticeiras do banhado existentes nas áreas do futuro reservatório, que identificou os indivíduos de corticeira a serem transplantados e os que serão compensados por meio do plantio de mudas dessa espécie; a quantificação das espécies de interesse madeireiro para propiciar o aproveitamento do material madeireiro na supressão vegetal; a coleta das sementes das espécies de araçá-do-prata e taleira que estão sendo doadas a viveiros da região; a coleta e o transplante de três espécies de bromélias; e o resgate das plântulas de araçá-do-prata que também estão sendo doadas a viveiros da região para a produção de mudas. 
Segundo o executivo, está também em andamento o resgate de serapilheira (banco de sementes existentes no solo), o transplante das corticeiras identificadas no censo e a seleção da empresa que realizará o plantio das mudas de corticeira destinadas à reposição dos indivíduos suprimidos.

Revegetação
O Programa de Revegetação das Matas Ciliares e Conexão do Corredor Ecológico iniciou suas atividades com a realização de duas palestras sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Nos encontros foram prestados esclarecimentos às populações rurais sobre a importância, os prazos, as vantagens e as consequências para os produtores que não aderirem ao CAR, que é obrigatório a todos os imóveis rurais. As atividades foram realizadas em parceria com a Emater/RS-Ascar e reuniram bom número de produtores de Candiota e Hulha Negra. 
Outros Programas também preveem atividades voltadas à preservação da flora, com destaque aos Programas de Reposição Florestal e o de Cortinamento Vegetal das áreas do empreendimento, cujo processo de seleção da empresa que executará as atividades está em andamento.

Educação Ambiental
Palestras, oficinas e reuniões compõem o Programa de Educação Ambiental, que integra também as atividades dos Subprogramas de Educação Ambiental para a comunidade da Área de Influência Direta (AID) da implantação da usina, para os trabalhadores e para agricultura familiar. Com as comunidades, o trabalho está sendo desenvolvido a partir de três grandes projetos: “Meu Pampa Limpo”, “Cuidar” e “O Mundo que Eu Quero”, que tratam de temáticas propostas através dos dados coletados pelo Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP), os quais visam sensibilizar os participantes para questões ambientais, promovendo práticas sociais mais sustentáveis e harmônicas. 
Já com os trabalhadores da obra, palestras que promovem processos de ensino-aprendizagem são realizadas periodicamente, visando o desenvolvimento das capacidades necessárias para avaliar e entender a importância da manutenção de uma postura preventiva e de cuidado com as questões ambientais durante a obra da UTE Pampa Sul. Também já foram realizadas duas edições do Curso de Formação de Multiplicadores Ambientais que objetiva a formação de representantes e mobilizadores de pessoas que recebem informação sobre como agir em diferentes momentos no cotidiano de trabalho. As ações do Subprograma de Educação Ambiental para Agricultura Familiar estão direcionadas para a promoção da agroecologia e do desenvolvimento sustentável junto às comunidades rurais dos assentamentos de Hulha Negra e Candiota. 
Hugo destaca que muitas atividades iniciadas deverão se estender até a conclusão da implantação da UTE Pampa Sul ou até mesmo durante a operação do empreendimento. De acordo com ele, outras atividades deverão ser iniciadas conforme o avanço da obra, todas com o objetivo de atender aos compromissos assumidos nos programas/planos previstos no Projeto Básico Ambiental, aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Pampa Sul deverá entrar em operação comercial em janeiro de 2019. A usina terá capacidade instalada de 340 megawatts e investimento total de R$ 1,8 bilhão.

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