terça-feira, 24 de abril de 2018

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 24 de abril de 2018


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Novo ciclo de palestras sobre o CAR acontece em Candiota e Hulha Negra

O 3º ciclo de palestras com orientações sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) terá continuidade nos dias 25 e 26 de abril, com atividades nos municípios de Candiota e Hulha Negra. Nesta oportunidade, o público alvo serão os produtores rurais com propriedades em áreas localizadas acima do reservatório de água da barragem da UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski) e às margens do Rio Jaguarão. As atividades acontecem em parceria entre a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), a EMATER/RS e o Instituto Padre Josimo. 

A proposta faz parte do Programa de Revegetação das Matas Ciliares e Conexão do Corredor Ecológico, integrante do Projeto Básico Ambiental da UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), e irá trazer informações atualizadas sobre o andamento do CAR, com o compartilhamento das experiências desenvolvida pela UTE Pampa Sul na revegetação de uma área de Área de Preservação Permanente (APP) e na recuperação de nascentes, além de uma dinâmica que abordará a importância da água para a manutenção da vida e alternativas de usos da água.

O gerente socioambiental da Pampa Sul, Hugo Roger Stamm, explica que o CAR, que é obrigatório a todos os imóveis rurais, é também um dos requisitos para que os produtores interessados possam pleitear a adesão nas atividades de revegetação de APP desenvolvidas no âmbito do Programa de Revegetação das Matas Ciliares e Conexão do Corredor Ecológico. 

Em ambas as cidades, as atividades iniciam às 8h30. Em Candiota, no dia 25, a programação acontecerá na E.E.E.F. Seival e, na Hulha Negra, dia 26, na Câmara de Vereadores.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 20 de abril de 2018


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Bloqueios de estradas alteraram rotina em Candiota e na região

Já nas primeiras horas da manhã da última terça-feira (17), membros dos movimentos sociais, partidos políticos de esquerda, mas principalmente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), bloquearam a BR-293, nas proximidades do trevo da Vila Operária, em Candiota, protestando contra a prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, que está preso desde o último dia 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Também, o protesto era voltado a reivindicar ajuda aos agricultores da região atingidos pela estiagem. Este é o segundo protesto realizado em Candiota este mês com a mesma pauta. O primeiro foi no fim da tarde do último dia 6. 

Além da BR-293, foi bloqueado o acesso as obras da Usina Termelétrica (UTE) Pampa Sul, no fim da rua Francisco Xavier Ferreira, na João Emílio. Para o bloqueio das estradas, os manifestantes queimaram pneus. 

ROTINA ALTERADA - O fato alterou totalmente a rotina em Candiota e região. Com a BR trancada, os ônibus de trabalhadores vindos da região não puderam chegar ao canteiro de obras. Também, em Candiota, houve suspensão de aulas, pois alguns professores moradores de Bagé e Pinheiro Machado não chegaram a tempo. Na sede de Candiota, houve grande movimentação de trabalhadores, que também não foram transportados em função do bloqueio na João Emílio. 

Por volta das 10h, após passadas quatro horas de manifestação, a liderança do movimento resolveu liberar o trânsito por cerca de 10 minutos na BR-293, próximo ao trevo da Vila Operária, o que fez com que o acúmulo de veículos ao longo da rodovia diminuísse, quando já se via alguns quilômetros de paralisação. Contudo, o trecho novamente foi fechado e a liberação total somente aconteceu por volta das 12h. 

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Brigada Militar acompanharam as manifestações. No período da tarde a normalidade foi retomada.

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 20 de abril de 2018



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Negócios: Negociações para a venda da UTE Pampa Sul são encerradas

Dentro da política de descarbonização de seu portfólio de geração de energia, a multinacional com sede na França, mas presente em 70 países e maior produtora energética do planeta, a Engie busca vender no Brasil suas duas plantas geradoras de energia a partir do carvão – o complexo termelétrico Jorge Lacerda, em Santa Catarina – já em operação há bastante tempo -, e a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), em Candiota, que está em fase final de construção (foto). 

Contudo, segundo informações prestadas ao TP pelo gerente socioambiental da UTE Pampa Sul, Hugo Roger Stamm, o processo de venda dos ativos de carvão da Engie, que teve início em fevereiro de 2017 com a prospecção no mercado de possíveis compradores, não prosperou. 

Desde dezembro do ano passado, a empresa ContourGlobal, com atuação internacional e sede no Reino Unido, tinha a exclusividade na negociação e estava fazendo a due diligence (checagem das condições do negócio) quanto aos empreendimentos. No entanto, as negociações não avançaram conforme o esperado e foram encerradas. 

Indagado se a Engie daria continuidade na busca de compradores, a Hugo se limitou a dizer que neste momento a Engie passa a analisar novas alternativas para sua estratégia de descarbonização, não adiantando nenhum detalhe sobre como será este novo procedimento.

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 20 de abril de 2018


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Venda da Pampa Sul 1

Como já referido em outra ocasião aqui na coluna, a região torce para que a UTE Pampa Sul (que está sendo construída em Candiota) não seja vendida e continue sob o comando da Engie Brasil Energia (antiga Tractebel). A razão é muito simples: a empresa sempre teve total respeito com a região e desde sua chegada por essas bandas, soube compreender e se integrar a cultura e realidade locais. 

Venda da Pampa Sul 2

Se sabe, que em nível mundial, a determinação da multinacional é se livrar de usinas que produzem energia não renovável (a chamada descarbonização), o que em nossa humilde opinião é um equívoco em se tratando de Brasil, que possui menos de 2% de sua matriz energética calcada no carvão mineral e, portanto, não sendo responsável por danos ambientais de impacto significativo. Fica a esperança de que a líder mundial em produção de energia, reveja esse conceito e siga como proprietária da UTE Pampa Sul, para que possamos aprofundar essa relação que já deu ótimos frutos para o desenvolvimento da nossa ainda empobrecida região.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 13 de abril de 2018


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Seminário de Energia: Carta de Candiota reafirma luta pelo carvão mineral

Candiota sediou nos dias 9 e 10 de abril o 5º Seminário Internacional Energia para o Desenvolvimento. O evento reuniu lideranças políticas, empresariais, sindicais, associações, professores, estudantes, dirigentes de empresas públicas e concessionárias de serviços públicos, que debateram durante dois dias o futuro da produção de energia na região. 

 Ao fim, o evento produziu a Carta de Candiota (confira íntegra no box), que deverá ser entregue aos governos estadual e federal, bem como, a diversos órgão públicos e privados. Dentre os compromissos firmados pela Carta está a defesa intransigente do carvão mineral como fonte de produção de energia, desenvolvimento econômico e social e riquezas. Também o documento se coloca contrário a proposta de privatização das estatais gaúchas e também da Eletrobras, além do aprofundamento das tecnologias que reduzam os impactos ambientais. 

AVALIAÇÃO – Nesta edição, a organização ficou a cargo da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), do Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do RS (Sintec-RS), do Sindicato dos Mineiros de Candiota, da Prefeitura e Câmara de Vereadores. 

O TP ouviu e colheu a opinião de alguns dos organizadores, que avaliaram o evento. O Sindicato dos Mineiros, através de sua direção, publicou em sua rede social, um agradecimento a todos os participantes e organizadores, assinalando que foram dois dias de intensa participação de alunos, autoridades e técnicos. “Outro fator que merece ressaltar foi o envolvimento de todos, para que o Seminário fosse coroado de todo o êxito. A elaboração da Carta de Candiota para a sociedade é importante ferramenta na continuação da luta em defesa do patrimônio público, da evolução tecnológica e ambiental na produção de energia e o papel da energia para o desenvolvimento regional”, destacou.

A presidente da Câmara de Vereadores de Candiota, Andréia Rangel (MDB), assinalou que para o município foi importante sediar o evento. Ela destacou que o desenvolvimento da região passa pelas empresas públicas,mas não deixou de citar os empreendimentos que estão acontecendo pela iniciativa privada, como é o caso da UTE Pampa Sul e a possibilidade do projeto da UTE Ouro Negro. “Além disso, muitos jovens do ensino médio assim como universitários daqui e cidades vizinhas se abasteceram com inúmeros dados e informações. 

Para os representantes do Poder Público, assim como servidores, o evento serviu como rememoração que a riqueza que possuímos não é só para geração de energia, bem como, é preciso cobrar mais das esferas estadual e federal e trabalhar mais para que realmente o que se constata e se debate em encontros desta natureza saia realmente do papel e salas de debates e se torne realidade”, avalia. 

Para o prefeito Adriano dos Santos (PT), o evento serviu, entre outras tantos fatores, para a unificação do discurso em relação ao desenvolvimento regional, sobretudo que a geração de energia, seja ela renovável ou do carvão mi- neral, é a luta a ser travada. Também, Adriano salienta que o seminário mostrou que o desenvolvimento da região passa pelo fato das lideranças se despirem de vaidades pessoais e se unirem por causas comuns. Com o debate proposto no evento, Adriano avalia que ficou claro a importância da região. “Se de fato hou- verem os investimentos em nossas potencialidades energéticas, podemos ser a mola propulsora do desenvolvimento não só daqui, mas do Estado”, analisa. 

Carta de Candiota
Os participantes do 5º Seminário Internacional Energia para o Desenvolvimento, realizado nos dias 09 e 10 de abril de 2018 na cidade de Candiota – Rio Grande do Sul, integrado por lideranças políticas, empresariais, sindicais, associações, professores, estudantes, dirigentes de empresas públicas e concessionárias de serviços públicos, vêm manifestar seu apoio às empresas públicas do setor de energia e destacar a importância da exploração racional dos recursos energéticos para o desenvolvimento regional. 

Indicam a necessidade de aprofundar os estudos da matriz energética, com a identificação e análise de todas as fontes de energia disponíveis na região, tanto os recursos fósseis, quanto os renováveis. Mesmo as fontes mais abundantes e conhecidas disponíveis na região - carvão mineral e eólico – requerem estudos para melhor qualificá- -las e analisá-las. 

Embora o carvão mineral brasileiro tenha pouca expressão na matriz energética nacional, no Rio Grande do Sul, e especialmente na região de Candiota, este recurso tem grande importância econômica e social. Das reservas nacionais, estimadas de 32 bilhões de toneladas, 89% encontram-se no estado gaúcho. Apenas a mina de Candiota tem reservas estimadas em 12 bilhões de toneladas, ou 41% do carvão mineral brasileiro, e que apresentam as melhores condições de exploração por sua característica de “mina a céu aberto”, uma condição privilegiada em relação a outras minas no Brasil, especialmente em Santa Catarina, a segunda reserva, com 10% do carvão brasileiro. 

No entanto, ainda são necessários estudos para ampliar o conhecimento das jazidas de carvão, com maior quantidade de sondagens que permitam dimensionar de forma mais precisa os atributos geométricos (espessuras, coberturas, extensão em área, encaixantes próximas, padrão estrutural, entre outros cálculos de recursos), bem como atributos físico-químicos, como grau de carbonificação e o grade do carvão. Tais informações são imprescindíveis para estimar as reservas de forma mais precisa, e definir políticas de exploração e o desenvolvimento do carvão mineral na região de maneira mais racional e com menor impacto ao ambiente. 

Os participantes do Seminário ao reafirmarem o apoio aos novos projetos de geração de energia elétrica, representados pela UTE Pampa Sul, em fase de construção e previsão de operação em janeiro de 2019; e a UTE OURO NEGRO, habilitada para participar do leilão A-6 previsto para o mês de agosto de 2018, cujas tecnologias das caldeiras e os sistemas de controle ambiental apresentam desempenhos superiores em relação às usinas em operação na região, destacam a necessidade de buscar novas rotas tecnológicas para um melhor aproveitamento do carvão mineral. 

Dentre as alternativas discutidas no seminário, destaca-se a tecnologia da gaseificação. Os resultados das pesquisas do Laboratório de Energia e Carboquímica da Unipampa indicaram que o “carvão de Candiota” é passível de ser gaseificado. Tal resultado coincide com a proposta de gaseificação industrial, através de projeto capitaneado pelo Grupo Vamtec com apoio da FINEP, cujo objetivo é converter carvão mineral em metanol e energia, integrado na proposta denominada “Polo Carboquímico de Candiota”. 

Rotas com base na tecnologia de gaseificação e conversão do syngas em produtos de maior valor agregado, abre uma nova perspectiva ao carvão mineral de Candiota, que somado aos esforços para integrar uma cadeia produtiva a partir dos resíduos da queima do carvão mineral nas centrais termelétricas, para aproveitamento integral das cinzas do carvão, em especial para adsorção e produção de zeolitas, podem ser o diferencial competitivo do carvão mineral em relação a outras formas de energia primária no sul do Brasil. 

Nesse sentido, a manutenção da Companhia Riograndense de Mineração – CRM, como empresa pública e comprometida com o desenvolvimento regional é fundamental. Chega a ser irresponsabilidade do governo gaúcho, abrir mão de uma empresa, que mesmo no quadro atual, tendo como principal cliente a Eletrobrás em Candiota é superavitária, com receitas de mais de R$ 50 milhões ao ano, que poderá ser multiplicada com o projeto da UTE OURO NEGRO, em fase adiantada. Bem como todo o potencial do Pólo Carboquímico de Candiota, cuja participação da CRM é condição si ne qua non para a alavancagem do projeto. Portanto, é inaceitável abrir mão de uma empresa estratégica como a CRM, detentora de umas das maiores jazidas de carvão mineral do Brasil. Vale destacar que a empresa detém 1,6 bilhões de toneladas em reservas de carvão provadas e certificadas, transformando-se em um importante ativo para alavancar projetos de desenvolvimento que podem ser decisivos para a metade sul do Rio Grande do Sul. 

Tão grave, é a insistência infundada do governo gaúcho em levar a cabo um processo de privatização das empresas públicas que são fundamentais para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, como a CEEE, Sulgás e CRM, bem como a extinções das fundações e institutos de pesquisas, como CIENTEC e FEE. Nenhuma sociedade que almeja um futuro abre mão da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico. 

A Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE, também uma empresa superavitária, que apresenta indicadores de desempenho surpreendente nesse quadro de desmonte do patrimônio público, sendo considerada a quarta melhor empresa de distribuição de energia elétrica em todo o Brasil, e a primeira em fidelização de cliente, demonstrando o valor e o compromisso de seus funcionários com o interesse público. O mais grave, que beira a irresponsabilidade, é a insistência da privatização sem qualquer lógica econômica ou de desempenho, justificada apenas em ideologias rejeitadas em diversos países, que vê na privatização um fim em si mesmo. 

Já a Companhia de Gás do Rio Grande do Sul – SULGÁS tem desempenhado importante papel no suprimento energético para indústrias e residências, é considerada a segunda estatal mais rentável do Brasil. Embora tenha sua atuação predominante na região metropolitana e nas cidades industriais gaúchas, os participantes do seminário consideram a empresa estratégica para o desenvolvimento da metade sul, sobretudo, quando se reafirma a rota tecnológica da gaseificação. 

A experiência brasileira com as privatizações, especialmente do setor elétrico, trouxeram consequências negativas até hoje sentidas pela sociedade brasileira. Por exemplo, o aumento das tarifas de energia elétrica verificado no período, colocou o Brasil na quarta posição entre as mais caras do mundo. Caso seja levada a cabo a proposta de privatização da Eletrobrás, tende a agravar este quadro, diminuindo ainda mais a competitividade nacional. 

A experiência internacional demonstra que nenhum país abriu mão do controle de seus reservatórios, tendo-os como estratégico, sobretudo, se considerarmos a importância da geração hidrelétrica no Brasil e o uso múltiplo dos recursos hídricos. Portanto, refirmamos a importância do sistema Eletrobrás, e em especial o papel da CGTEE em nossa região. 

Defendemos um caminho inverso ao proposto pelos governos federal e gaúcho. Entendemos que é fundamental o resgate das empresas públicas, não só com a manutenção dos projetos em andamento, mas, sobretudo, com a ampliação de sua atuação. Os recursos humanos e a capacidade técnica da CGTEE credenciam-na a tomar uma postura propositiva na elaboração de novos projetos tecnologicamente avançados, e como isso se transformar em um ator ativo nos leilões de energia nova. 

Em relação aos recursos eólicos, o processo segue a mesma lógica, ou seja, identificar o potencial disponível. Porem, para o aproveitamento o desafio é muito maior, dado a forma como o recurso (ventos) está distribuído no espaço da região da Campanha e metade sul e, ainda, pela necessidade de aprofundar os estudos com a instalação de torres anemométricas, especialmente nas áreas mais promissoras, de forma gerar informações cada vez mais precisas e que seja um diferencial da região para atrair investimentos em parques eólicos. É evidente que a isso, soma-se a necessidade de formar recursos humanos e ampliar a pesquisa científica na região, a fim de dar o suporte necessário para a indústria de energia eólica, disponibilizando informações cada vez mais confiáveis. Daí a necessidade de formatar programa de desenvolvimento da indústria eólica para a região. Nesse aspecto em particular, a universidade e as demais instituições de pesquisa poderão dar uma contribuição importante nos estudos de modelos matemáticos para melhor compreender a dinâmica da atmosfera e melhor avaliação da disponibilidade e do recurso energético eólico e sua gestão, inserido no contexto do sistema integrado nacional – SIN. 

Além disso, é necessário estudar as demais fontes renováveis, como resíduos agrícolas (a casca de arroz, em especial, apresenta um potencial considerável), além de micros e pequenos aproveitamentos hidrelétricos. Nesse aspecto, existe um potencial constituído pelas centrais desativadas, construídas nas décadas de 1960/70 e que podem ser estudadas à luz das tecnologias disponíveis (equipamentos hidromecânicos mais eficientes), podendo ter suas capacidades de produção de energia elevadas, sem que haja impactos ambientais adicionais. Também, devem ser estudas outras possibilidades, como a geração de energia elétrica nas barragens da região destinadas à irrigação, por exemplo. 

É fundamental pensar o desenvolvimento dos recursos energéticos articulado com as ações de integração energética Brasil-Uruguai já em curso, como o sistema de transmissão já em operação e o fluxo de energia nos dois sentidos, conferindo maior segurança energética na região, além de abrir perspectivas de mercado demandante de energia. Não é demais lembrar que o grande potencial eólico da metade sul se estende até o país vizinho, e que a exploração conjunta deste potencial – Brasil e Uruguai – pode decorrer sinergias positivas, inclusive relacionadas à produção de equipamentos para atender à demanda da indústria eólica em toda a região. Mais do que a implantação dos parques eólicos, é fundamental atrair indústrias do setor para produzir equipamentos eólicos. Não faz muito sentido os equipamentos serem importados do centro ou do nordeste do Brasil, percorrendo distâncias enormes e com isso impactando nos custos. Temos totais de condições de abrigar indústrias que produzam parte ou a totalidade dos equipamentos. 

Tal iniciativa demonstra certa consistência, uma vez há uma nítida orientação governamental em ampliar a participação de fontes renováveis (não hidráulica) na matriz energética nacional, de maneira que a região sul do Brasil poderá abrigar parte substancial dos parques eólicos do Brasil e, portanto, ser um grande demandante de equipamentos e tecnologias do setor. 

Para finalizar, não podemos deixar de externar nossas preocupações com os rumos das políticas educacionais e de ciência e tecnologia levadas a cabo pelos governos estadual e federal. Não aceitamos o desmonte da educação pública; não aceitamos o fechamento de escolas; não aceitamos o fechamento dos institutos tecnológicos, nem o estrangulamento financeiro das universidades. Pela autonomia universitária. 

Candiota-RS, 10 de abril de 2018

Jornal Minuano (Bagé) - 13 de abril de 2018





terça-feira, 10 de abril de 2018

Redação News - Rádio Cultura (Bagé) - 10 de abril de 2018







Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 10 de abril de 2018



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Questão Energética: Seminário de Energia reúne comunidade acadêmica e lideranças em Candiota
Nesta terça-feira (10), no encerramento do evento, será aprovada a Carta de Candiota

O Centro Cultural da Usina I, na Vila Residencial, em Candiota, com toda a sua simbologia, está sediando nesta segunda e terça-feira (9 e 10 de abril) o 5º Seminário Internacional de Energia para o Desenvolvimento. Nesta edição, que tem como tema ‘O papel estratégico das empresas públicas”, a organização está a cargo da Unipampa, do Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do RS (Sintec-RS), do Sindicato dos Mineiros de Candiota, da Prefeitura e Câmara de Vereadores. 

Com cerca de 500 inscritos, o evento foi aberto na manhã desta segunda com a presença dos sete prefeitos que fazem parte do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), do deputado federal Afonso Hamm, sindicalistas, muitos estudantes da Unipampa, vereadores da região, entre outras lideranças. 

Para o coordenador geral do Seminário, o professor do curso de Engenharia de Energia da Unipampa, Élvio Rech, o encontro só foi possível graças ao entendimento de um grupo de pessoas e entidades, que bancou a ideia, mesmo sem um orçamento específico. Rech enfatizou novamente a simbologia do local para debate. “Aqui foi a primeira usina. Depois teve as fases A, B e C e agora a construção da Pampa Sul. E todas elas mostrando evolução tecnológica e ambiental na produção de energia”,expõe. Ele também destacou a importância do seminário, chamando a atenção que é preciso aliar a luta política com o debate de desenvolvimento tecnológico. 

O deputado Afonso Hamm (Progressistas) confrontou a política de privatização proposta pelos governos estadual e federal, dizendo que este não é o momento de vender estatais como CRM, CEEE e CGTEE (Eletrobras). O deputado novamente fez a defesa do carvão mineral, criticando a falta de uma política para o setor, quando o governo federal vetou a modernização das usinas e cortou o financiamento do BNDES aos novos projetos. “Estamos aqui para defender a riqueza de nossa região, sendo que nosso desenvolvimento passa pelo carvão mineral”, pontuou. 

O prefeito de Candiota e presidente do Cideja, Adriano dos Santos (PT) pregou a união regional em torno das potencialidades, pedindo que sejam deixadas de lado as vaidades políticas e pessoais pelo bem maior que é o desenvolvimento regional. Também criticou a burocracia brasileira que impede que os empreendimentos saiam do papel ou tenham maior rapidez em se instalarem. O prefeito fez a defesa das empresas públicas e voltou a defender um desenvolvimento regionalizado. “Ele não pode passar apenas por Candiota, mas sim de forma regional”, destacou. 

PALESTRAS – Após a aber- tura, uma série de palestras e debates foram realizados, abordando temas como a defesa do patrimônio nacional e o papel estratégico das empresas públicas, o carvão mineral, pólo carboquímico, UTE Pampa Sul, perspectiva do projeto da UTE Ouro Negro, gaseificação de carvão mineral e biomassa e energia solar fotovoltaica. Também no final do primeiro dia foi realizada a abertura da Mostra Científica de Tecnologias em Energia, Mineração e Carboquímica e da Exposição de Pôsteres da Usina Candiota I (fotografias de João Henrique Dill Duarte). 

A programação segue nesta terça-feira com palestras e visitas técnicas. No encerramento será aprovada a Carta de Candiota – documento que conterá as diretrizes e reivindicações retiradas dos debates. A carta será encaminhada posteriormente a diversos órgãos de governo e entidades.

Empreendedor cobra mobilização regional para que UTE Ouro Negro saia do papel

O diretor-presidente da Ouro Negro Energia S.A (ONE) e ex-prefeito de Pedras Altas, Sílvio Marques Dias Neto, fez questão de pessoalmente, no final da manhã desta segunda-feira (9) em apresentar durante o 5º Seminário Internacional de Energia para o Desenvolvimento, o projeto da Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro, que pretende ser edificada em Pedras Altas, na divisa com Candiota. 

Projeto audacioso movido a carvão mineral fornecido pela Companhia Riograndense de Mineração (CRM), a UTE Ouro Negro terá 600 MW de potência instalada, com um custo de 900 milhões de dólares – algo em torno de R$ 3 bilhões, que deve ser financiado majoritariamente por capital chinês. 

Conforme Sílvio expôs durante sua palestra de cerca de uma hora, o projeto possui todas as exigências cumpridas para participar do leilão A-6, marcado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para acontecer na segunda quinzena de agosto deste ano. No certame de dezembro último, nenhum projeto a carvão habilitado, dentre eles a UTE Ouro Negro, participou em função de problemas na competitividade com outras fontes e também o baixo crescimento econômico do Brasil. 

O cenário, segundo o empreendedor, tende a se repetir em agosto, apesar de seu otimismo. Mostrando todos os detalhes do projeto - que possui desde licença ambiental prévia (LP) à viabilidade financeira -, Sílvio evidenciou a criação de três mil empregos na obra e mais 700 diretos e indiretos quando em operação. Ele foi duro ao final da sua palestra, cobrando mobilização das lideranças da região para enfrentar o que ele visualiza como um panorama desfavorável. “Vamos sair daqui como entramos, cheios de sonhos apenas? Precisamos pressionar os governos estadual e federal por mudanças na política e incentivos ao carvão”, cobrou. 

Atualmente há um estímulo do governo federal ao gás natural como sendo a fonte para geração de energia firme em detrimento ao carvão - fato que Sílvio concorda que assim será no futuro, quando se tiver tecnologia para extrair gás do pré-sal. “Contudo a realidade brasileira atual é de dependência de gás estrangeiro e num contra-senso o governo incentiva a importação desta matéria-prima, desprestigiando uma riqueza nacional, que é o carvão”, lamenta. Silvio ainda destacou que mesmo com todo esta conjuntura contrária, sua equipe segue fazendo simulações para encontrar viabilidade na venda de energia no leilão de agosto. 

MEIO AMBIENTE – Em relação as questões ambientais, o empresário também foi firme de que é preciso perder a timidez na defesa do carvão. Ele reforçou que o mineral é responsável por apenas 2% da matriz energética nacional e, portanto, não pode ser estigmatizado por poluição ambiental no Brasil. “Se tivéssemos uma política de diminuição das queimadas que destroem a floresta amazônica e um incentivo aos carros elétricos, o Brasil cumpriria com todos os acordos ambientais internacionais”, propôs.

Programação
Terça-feira, 10 de abril 
8h30 - Palestras com o tema Desenvolvimento Energético * Energia eólica: Desafios e possibilidades * Resíduos como matéria-prima para novos processos: Aplicações das cinzas da queima de carvão mineral * Distribuição de energia elétrica: Questões técnicas para atendimento de usuários do sistema 
10h30 - Coffee break 
10h45 - Desenvolvimento regional: Papel da pesquisa e dos parques tecnológicos 12h30 - Encaminhamento das propostas do Seminário 
13h - Intervalo para almoço 
13h30 - Visitas Técnicas (Saída de ônibus em frente ao Centro Cultural) * Companhia Riograndense de Mineração (CRM) - Mina de Candiota * Eletrobrás CGTEE - Usina de Candiota * Obras da UTE Pampa Sul 
17h30 – Encerramento

terça-feira, 3 de abril de 2018

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 03 de abril de 2018


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Junta da caldeira é transportada para Candiota 

No sábado (31), ocorreu o transporte de mais uma grande peça destinada à UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), em Candiota. Trata-se de uma junta de dilatação da caldeira que conta com 8,25 metros de comprimento, 6,75 metros de largura e 2,48 metros de altura. 

Esta foi a terceira peça de grandes dimensões trazida do Porto de Rio Grande até as obras da nova usina nas últimas semanas, além de outros importantes equipamentos que já foram transportados. O controle do tráfego durante o transporte foi realizado com a escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a recomendação de que os motoristas mantivessem a cautela e atenção no trecho. 

Para minimizar os transtornos, a PRF liberou a ultrapassagem a cada 30 minutos de deslocamento. O gerente socioambiental da UTE Pampa Sul, Hugo Roger Stamm, detalhou que a previsão da duração do transporte desde o Porto de Rio Grande até o canteiro de obras, seria de um dia. 

Jornal Folha do Sul (Bagé) - 03 de abril de 2018




Jornal Minuano (Bagé) - 03 de abril de 2018