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Questão Energética: Duas usinas a carvão se cadastram para o leilão A-6
Foi concluído nesta
terça-feira (8) o cadastramento
de projetos
para participação no Leilão
de Energia Nova A-6 de
2018. Anunciado pelo Ministério
de Minas e Energia
por meio da Portaria nº 44,
de 8 de fevereiro de 2018,
e complementada pela Portaria
MME nº 121, de 4 de
abril de 2018, o leilão está
previsto para ser realizado
em 31 de agosto de 2018,
com participação de fontes
eólica, hidrelétrica e termelétrica
(biomassa, carvão e
gás natural).
No total, foram cadastrados
1.080 projetos,
totalizando 57.959 MW
de capacidade instalada.
A fonte eólica foi a com
maior oferta em número de
projetos cadastrados (926),
sendo superada pela fonte
termelétrica em potência,
com mais de 29 GW. Destaca-se
a potência ofertada
para projetos a gás natural,
QUESTÃO ENERGÉTICA
com mais de 27 GW em
36 projetos cadastrados. O
carvão mineral teve dois
projetos cadastrados, um
no Rio Grande do Sul e
outro em Santa Catarina,
totalizando 940 MW: a
UTE Ouro Negro, na divisa
entre Pedras Altas e Candiota
(RS), com 600MW,
e a Usina Termelétrica Sul
Catarinense (Usitesc), em
Treviso (SC), com 340MW
(ver quadro).
O diretor-presidente
da Ouro Negro S.A, o ex-
-prefeito de Pedras Altas,
Silvio Marques Dias Neto,
viajou no início desta semana
ao Rio de Janeiro,
quando entregou pessoalmente
os documentos
necessários para habilitar a
UTE Ouro Negro ao leilão
junto a Empresa de Pesquisas
Energéticas (EPE).
Ele sinaliza novamente
que a expectativa é muito
boa, contudo entende que é
necessária uma visão mais favorável dos governos em
relação ao carvão mineral.
“Precisamos de um olhar
para o carvão gaúcho. Uma
ação organizada das nossas
lideranças para abrir espaço
para a geração térmica a
partir do carvão nacional”,
alertou Sílvio.
No fim de 2017, a
UTE Ouro Negro chegou a
se habilitar ao leilão, entretanto
acabou não participando
sob a justificativa do baixo
crescimento econômico
brasileiro e também da falta
de incentivos ao carvão.
ETAPAS A CUMPRIR – O
presidente da Associação
Brasileira do Carvão Mineral
(ABCM), Fernando
Zancan, em conversa com
o TP, vê com cautela, mas
ao mesmo tempo com expectativa
o cadastramento
dos dois projetos a carvão.
Porém ele lembra que ainda
faltam algumas fases bem
importantes para se avançar no sentido que efetivamente
um dos projetos participe
do leilão.
Ele lembra que apenas
houve o cadastramento
e ainda falta a análise dos
documentos para a efetiva
habilitação. Depois disso
ainda tem a etapa mais importante
que são as garantias
para que o projeto de fato
saia do papel e somente
depois disso que se tem a
certeza de participação no
certame.
Zancan assinala
que a luta de agora é sensibilizar
o governo federal
para que Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES)
volte a financiar usinas térmicas
de carvão. No último
dia 18 de abril houve uma
reunião com o ministro de
Minas e Energia, Moreira
Franco, quando foi abordado
tema. A expectativa é
que neste leilão de energia
nova já haja a possibilidade
de financiamento. “Foi muito
positiva a reunião. O ministro
agendou um encontro na Casa
Civil para dar encaminhamento
sobre o financiamento
junto ao BNDES e solicitou
que fosse apresentado a ele
um documento sobre a Política
de Carvão em 30 dias”, conta
Zancan.
O dirigente lembra que
o financiamento via BNDES
foi importante para que a
UTE Pampa Sul fosse tirada
do papel.
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