sábado, 12 de setembro de 2015

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 12 a 14 de setembro de 2015






LEIA A MATÉRIA:

Moradores protestam novamente por atraso na entrega de casas em Seival
Cerca de 80 moradores fecharam três pontos da localidade

Depois do protesto realizado por cerca de 15 manifestantes no último dia 28 de agosto em frente a prefeitura de Candiota, os moradores de Seival voltaram a se unir, quando realizaram uma nova manifestação durante esta sexta-feira, 11, pedindo agilidade da prefeitura na entrega de 40 casas populares já praticamente prontas, que foram erguidas na comunidade.
Entre os manifestantes, o TP encontrou a dona de casa Ana Alice Porto da Silva, de 21 anos, que é uma das contempladas das casas. Ela vive um verdadeiro drama, pois a casa que mora atualmente está sendo solicitada pela proprietária, que mora em Bagé. Ana Alice, o marido e as filhas de três anos e de cinco meses, moram há sete meses no local, pagando um aluguel de R$ 200 mensais e ainda por cima sem energia elétrica. "Nossas condições são precárias e, além disso, não temos para
onde ir se formos despejados. Precisamos urgente da casa", assinala. 
Aliás, a especulação imobiliária em Seival já começa acontecer em função da Usina Termelétrica Pampa Sul e este é um dos principais motivos da pressão dos manifestantes para a entrega rápida dos imóveis. É o caso da dona Aldira Proença de Lima, de 65 anos - também contemplada. Segundo seu
filho Mário Sérgio Dias Lima - que participou do protesto -, a mãe possui câncer de mama e está em tratamento.
Ela, segundo o filho, paga um aluguel de R$ 450 mensais e ganha apenas uma aposentadoria de um salário mínimo (R$ 788). "É uma situação muito difícil", resumiu ele.
As casas de 45m² cada, foram conseguidas através de uma de articulação do prefeito Luiz Carlos Folador junto ao Ministério das Cidades. O projeto a fundo perdido, ou seja, os contemplados receberão as casas gratuitamente sem terem que pagar prestações, deveria ter sido concluído em seis
meses - de junho a dezembro de 2012, entretanto lá se vão quase três anos e a obra ainda não ficou pronta.
Segundo os técnicos da prefeitura, a empresa responsável  pela obra, a candiotense, JR Pereira, enfrentou problemas e o contrato foi rompido há cerca de três meses. Desde então, a prefeitura tenta a liberação dos recursos junto a Caixa Econômica Federal para concluir a obra, que está 95% pronta. 

PROTESTO - Cerca de 80 pessoas se reuniram desde as primeiras horas da manhã, quando três pontos da comunidade foram bloqueados. Num deles, a ponte de entrada, foi fechada com queima de pneus e galhos, impedindo a passagem de veículos. Apenas casos de urgência eram liberados.
O prefeito Luiz Carlos Folador esteve no local conversando com os moradores e assinalando achar
justas as manifestações. 
Folador afirmou que tanto eles como a prefeitura eram vítimas da burocracia e dos problemas que aconteceram ao longo da obra. "Mas estamos próximos do fim. De um desfecho positivo", afirmou o prefeito.
Conforme Folador, a Caixa já liberou os recursos para que a prefeitura realizasse a compra dos materiais que estão faltando, ou seja, os vidros, sanitários, parte do material de pintura e da instalação elétrica. "Já na semana que vem, na quinta-feira, dia 17, estaremos vendo qual empresa fornecerá os vidros e no dia seguinte os demais materiais.
A mão de obra a prefeitura irá contratar", explicou ele, lembrando que o município já colocou mais de R$ 600 mil em contrapartida na obra. "Sabemos que é uma situação ruim, mas nossa luta por essas casas valeu à pena e em breve estarão todos morando sem pagar nenhum centavo", disse.
Outra preocupação levantada pelos manifestantes foi quanto a possibilidade de invasão do local por pessoas, segundo eles, até de outros municípios. Folador disse que isso não iria acontecer e que a prefeitura havia contratado uma vigilância armada para fazer a segurança das casas. O protesto se estendeu durante todo o dia até o final da tarde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário