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Balanço: Folador: "A gente conseguiu fazer boas obras"
No cargo desde 2009, prefeito de Candiota se despede da função no dia 31 de dezembro deste ano
Após oito anos administrando a Capital Nacional do Carvão, o catarinense Luiz Carlos Folador (PT) diz sentir muita gratidão por ter exercido o cargo. “O sentimento é de carinho, de respeito. Peço desculpa se falhei em alguma coisa, que as pessoas me perdoem. Tenho, acima de tudo, alegria de ver uma criança na escola, de ver as pessoas morando numa casa digna”, afirma o prefeito, referindo-se que nos seus governos foi construída uma escola de educação infantil na sede de Candiota, enquanto que várias prefeituras gaúchas tiveram obras de pré-escolas paradas, em razão de a empresa MVC ter abandonado o serviço, e entregues 542 casas na sede do município, em Seival e na zona rural da cidade. De forma excepcional, ele conseguiu encaixar o município (de cerca de 10 mil habitantes) numa das modalidades do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, destinada a cidades acima de 50 mil habitantes.
Folador destaca que conseguiu atingir as metas que traçou para seus dois mandatos como prefeito. Isso inclui, segundo ele, obras em 200 açudes (entre construções e reformas) e a regularização fundiária da sede do município e de todo o bairro João Emílio, bem como o Decreto de Utilidade Pública (DUP) para evitar especulação imobiliária, a construção do prédio novo e do ginásio na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Izabel e o convênio com a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (Eletrobras CGTEE), que permitiu a restauração da usina antiga, na Vila Residencial, que foi transformada no Centro Cultural Candiota I.
O chefe do Executivo cita ainda o apoio da prefeitura ao programa Jovem Aprendiz da Eletrobras CGTEE, realizado também em parceria com a Escola Técnica Mesquita. “O Jovem Aprendiz vai para a quinta turma, preparando os jovens para o mercado de trabalho”, menciona o prefeito. Segundo ele, 120 candiotenses tiveram oportunidade de se formar através do programa e a quinta turma, com 30 alunos, está em andamento. Durante o período do curso, os jovens recebem meio salário mínimo regional, possuem vínculo formal com registro em Carteira de Trabalho, recolhimento do INSS, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pagamento do 13º salário, transporte para as aulas e direito a férias.
A instalação da Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), na localidade de Seival, é outra conquista que os candiotenses tiveram nos últimos anos, lembra Folador. “Estive em todas as mobilizações (em defesa do carvão mineral). Enquanto alguns diziam que o carvão era o patinho feito, eu sempre estive junto para lutar pelo nosso ideal”, afirma.
TRABALHO EM EQUIPE – Diante da situação financeira do país e do estado, Folador diz que foi necessária muita criatividade para evitar os reflexos da crise. “Um trabalho em equipe. Nós conseguimos realizar obras, manter a prefeitura, não atrasando salários, triênios, promoções. Garantimos todas as contrapartidas dos programas de habitação, rede de abastecimento de água, aquisição de equipamentos, investimentos em escolas, melhorias de estradas e pavimentação asfáltica, com recursos próprios. A gente conseguiu fazer boas obras, tanto é que o Adriano (dos Santos – PT) foi eleito em função deste projeto desde 2009”, enfatiza o prefeito.
As reposições salariais do funcionalismo também foram garantidas, diz ele. “Plano de saúde e pagamento em dia, que é um dever. Na crise que a gente teve, optamos por não demitir pessoas”, lembra. O chefe do Executivo agradece toda sua equipe de trabalho e os servidores municipais.
Ele avalia positivamente suas duas administrações. “Foi uma boa gestão.” E destaca que deixará em torno de R$ 10 milhões no caixa da prefeitura.
Sobre o seu sucessor, Folador acredita que ele fará um bom governo. “O prefeito Adriano e o Gil Deison (vice-prefeito – PTB) estão bem preparados.”
ABASTECIMENTO - Com relação ao abastecimento de água na cidade, o atual prefeito de Candiota informa que está em fase de conclusão a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Vila Operária. Também menciona que está para ser construída uma ETA na sede do município, através de uma parceria entre a prefeitura e a Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), da Engie Brasil Energia. “No futuro, daqui 50 anos, a área da barragem (da UTE Pampa Sul) pertencerá a Candiota e Hulha Negra”, lembra Folador, destacando que isso é uma conquista para ambos os municípios.
FAMURS – Em julho deste ano, o prefeito de Candiota transmitiu o cargo de presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) ao prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto (PDT). Folador foi o primeiro chefe do Executivo da Capital Nacional do Carvão e da região a estar à frente da Casa dos Municípios, que representa todas as 497 cidades gaúchas. Ele lembra que uma das ações de sua gestão (2015/2016) na entidade foi o Movimento do Bolo, referência à pequena fatia que cabe às cidades na divisão dos tributos. “O Movimento do Bolo mobilizou 473 cidades simultaneamente”, menciona o prefeito, que também exerceu o cargo de vice-presidente da Famurs.
METAS – A partir de 1º de janeiro de 2017, Folador atuará na iniciativa privada e também ao fato de ser pré-candidato a presidente da República (ver matéria nesta edição). Ele diz que prestará consultoria na área de recuperação de créditos tributários e retomará uma parceria com o pai, Nadir, e o irmão, Sandro Antônio, que têm uma plantação pequena de cacau e graviola no município de Santo Antônio de Jesus, na Bahia.
Folador tem 48 anos, é técnico em agropecuária e nasceu em Pinhalzinho, Santa Catarina. Ele reside em Candiota há 23 anos. “Só tenho a agradecer. Amo Candiota”, conclui o prefeito, que preside o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), formado por sete municípios da região.
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