sábado, 31 de outubro de 2015

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 31 de outubro a 04 de novembro de 2015



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Indústria bilionária de fertilizantes é projeto estratégico para o RS, diz Fábio Branco

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, o deputado estadual e ex-prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, esteve na região nesta sexta-feira, 30, fazendo um roteiro nos municípios, com o sentido de debater e recolher mais subsídios para a elaboração de demandas locais que apontem para o desenvolvimento. Fábio, que visitou à tarde a redação do TP em Candiota, disse que estava cumprindo uma determinação do governador José Ivo Sartori, qual seja, de aproximar o Estado das comunidades e descentralizar as decisões. Na parte da manhã ele esteve em Bagé e à noite em Pinheiro Machado. Para o secretário, que possui um olhar diferenciado sobre as questões de desenvolvimento da região, pois conhece a realidade, destaca que é preciso fomentar as potencialidades locais e não querer inventar a roda. "Aqui temos a agropecuária e a questão energética com o carvão mineral e os ventos. O Estado precisa ser indutor do desenvolvimento através das vocações regionais", aponta. Segundo Fábio Branco, a sua pasta está buscando reunir subsídios de todas as regiões, que vão culminar na criação de agências regionais de desenvolvimento.

CARVÃO - O secretário fez questão de frisar que o governo gaúcho possui atenção e cuidado com a questão do carvão mineral e vê nele muito potencial econômico. Fábio destaca que há esforços governamentais evidentes neste sentido. Ele lembrou que recentemente foram assinados dois protocolos de intenções pelo governo do Estado, que mostram claramente a política governamental em relação ao assunto. Um foi sobre a instalação da Usina Termelétrica Ouro Negro, em Pedras Altas (investimentos de R$ 3,5 bilhões), e a outra sobre a Mina do Seival, quando o Banrisul vai financiar à Copelmi em mais de R$ 103 milhões para sua instalação. Contudo, o secretário disse que a grande importância do carvão não está apenas na geração de energia, mas sim na carboquímica, com a gaseificação. "Estamos trabalhando muito neste sentido e muitas empresas estão interessadas nisso, pois estamos assentados sobre o equivalente a três Pré-Sal (grande jazida de petróleo brasileiro descoberta no mar), quando falamos em carvão mineral gaseificado", compara. Perguntado sobre o projeto de instalação de uma indústria bilionária de fertilizantes em Candiota, a partir do carvão gaseificado, proposta recentemente pela empresa americana TransGas Development Systems, Fábio Branco afirmou que este é um dos grandes projetos estratégicos de desenvolvimento econômicos do Rio Grande do Sul. "Infelizmente não podemos falar mais sobre isso, porque as negociações ocorrem em sigilo", desconversou. A empresa americana Transgas - visitada no mês de janeiro deste ano em sua sede em Nova York (EUA) pelo prefeito de Candiota Luiz Carlos Folador e pelo vereador Guilherme Barão -, anunciou no último dia 24 de março (aniversário de 23 anos da cidade), através do seu presidente, Adam Victor, um investimento no município na ordem de 2,7 bilhões de dólares, algo em torno de R$ 10 bilhões) na construção de um indústria de fertilizantes a partir da gaseificação do carvão mineral. O valor daria para construir nada menos que cerca de cinco usinas iguais a Pampa Sul, da Tractebel, que possui orçamento de R$ 1,8 bilhão. O projeto, que será em parceria com a alemã Thyssen Krupp, prevê um consumo de 2,5 milhões de toneladas por ano de carvão, com uma produção de 2,1 milhões de toneladas de fertilizantes anuais. Sua vida útil é de 30 anos. Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil consome 31 milhões de toneladas de fertilizantes por ano. A Transgas produziria na planta de Candiota 10% desta demanda e mesmo assim o Brasil continua ainda 60% dependente do produto internacional. A nova fábrica competirá apenas com a Petrobras, que possui quatro unidades no Brasil: Três Lagoas (MS), Camaçari (BA), Uberaba (MG) e Vitória (ES). A construção da planta é estimada para durar 39 meses, ou seja, três anos e três meses. Neste período serão empregadas 5 mil pessoas. Depois de pronta, a unidade gerará 300 empregos diretos e mais 300 na infraestrutura e manutenção da indústria. Também, pela projeção, serão gerados mais 300 empregos diretos na extra- ção do carvão mineral. 

INDÚSTRIA EM PINHEIRO - O roteiro do secretário na região encerrou à noite em Pinheiro Machado, quando um dos assuntos foi a instalação de uma indústria de pellets na cidade, financiada por fundos de pensão europeus. "Tudo que estava ao alcance do Estado neste projeto foi feito. Estamos aguardando que os investidores comecem o processo, aliás, estamos cobrando deles neste sentido", disse.


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