sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 16 de fevereiro de 2018


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Abastecimento: Consumo baixo faz racionamento de água ser menor em Candiota
Segundo o Setor de Saneamento, a conscientização da população tem sido fundamental para que a medida não seja aplicada integralmente

Tecnicamente, com exceção da Vila Residencial, todas as comunidades urbanas de Candiota estão sob regime de racionamento de água desde o último sábado (10). Pela programação estabelecida, o racionamento acontece das 8h às 11h e das 14h às 17h. Contudo, segundo explica o chefe do Setor de Saneamento do município, Márcio Lopes, desde que foi anunciada a medida, o consumo tem diminuído significativamente e na prática o racionamento não está acontecendo. “A população parece estar consciente e o consumo está bem menor do que verificamos antes de anunciar a medida e isso está fazendo com que possamos manter as redes abastecidas o tempo todo. Porém, caso haja elevação do consumo, precisaremos lançar mão do corte nos horários estabelecidos. Se todos colaborarem, talvez possamos passar sem ter que fechar o sistema”, avalia Márcio. 

Também, Márcio explicou, que a decisão de não acionar o racionamento a pleno, é pelo transtorno que causa, pois quando a água retorna às torneiras, vem com sujeira e isso causa desperdício, pois é preciso deixá-las abertas para limpar. Outra situação desagradável que a interrupção causa é a demora para a chegada da água nas chamadas pontas de rede e locais mais altos. Ainda, ele explicou que na Vila Operária, houve falta de água nos últimos dias, mas não em função do racionamento, e sim por quedas de energia. 

SISTEMA FRÁGIL - A fragilidade do sistema de tratamento e distribuição de água de Candiota não é novidade. Tanto é assim que o município luta para colocar em funcionamento duas novas estações de tratamento de água (ETAs). A primeira ETA, localizada na Vila Operária e que já está com mais de 80% concluída, ainda depende da liberação de recursos e entraves burocráticos junto ao governo federal. 

A segunda, localizada na Cidade de Candiota (Sede do município), que já está concluída e foi construída numa parceria entre a Prefeitura e a UTE Pampa Sul, ainda passa por testes de funcionamento para poder entrar definitivamente em operação. Quando em funcionamento, a ETA da Operária irá abastecer também os bairros São Simão e João Emílio e a localidade de Seival. Já a ETA central, abastecerá a Sede e os assentamentos. A ETA localizada na Vila Residencial seguirá funcionamento apenas para abastecer esta localidade. Paradoxalmente e diferente de Bagé, por exemplo, Candiota, mesmo já tendo decretado emergência em função da estiagem, não possui problemas de falta, ainda, de água bruta, ou seja, água nos reservatórios da Vila Operária, Sede e no arroio Candiota se tem suficiente. Conforme o monitoramento, mesmo abaixo do normal, eles se mantêm. 

ABASTECIMENTO A barragem da Vila Operária está a dois metros abaixo do normal, o arroio Candiota a 1 metro e o reservatório da Cidade de Candiota a 3 metros abaixo. “Ainda, nossas reservas de água bruta estão num nível aceitável”, afirma Márcio. O problema de fato, segundo explicaram os técnicos da Prefeitura ao TP, é que as altas temperaturas das últimas semanas fizeram com que o consumo tenha se elevado demais, o que extrapolou a capacidade de produção de água tratada hoje instalada na cidade. “O sistema atual, sem as duas novas ETAs, não tem como atender uma demanda nesses níveis”, explicam os técnicos. Neste sentido que se decidiu pelo racionamento. Há cerca de dois meses, foi emitido um decreto municipal que buscava inibir o desperdício de água e prometia punição para quem fosse flagrado utilizando água tratada de forma desmedida, como lavando carros e calçadas ou enchendo piscinas, por exemplo. 

HIDROMETRIA – Aprovada no fim do ano passado por unanimidade pela Câmara de Vereadores, uma nova lei regulamenta o sistema de tratamento e distribuição de água do município. Entre as novidades está a criação de uma autarquia para a gestão da água e também a colocação de hidrômetros em todas as economias, tanto na cidade como na zona rural. Conforme os técnicos, a medida de controle Segundo o Setor de Saneamento, a conscientização da população tem sido fundamental para que a medida não seja aplicada integralmente do consumo também será fundamental tanto para a melhoria da capacidade de produção de água tratada, bem como, da qualidade. A expectativa da Prefeitura é que quando houver o funcionamento das duas novas ETAs aliado a hidrometria, grande parte dos problemas hoje enfrentados estarão equacionados. Até lá não existe outra solução a não ser racionalizar o consumo. 

AVALIAÇÃO – Segundo o Setor de Saneamento da Secretaria de Obras, o monitoramento continua e as avaliações são diárias, ou seja, caso o consumo se mantenha nos patamares atuais, o racionamento acaba não se efetivando na prática. O prefeito Adriano dos Santos, que retorna das férias neste fim de semana, assinalou que está acompanhando a situação.

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