quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 04 e 05 de fevereiro de 2016

 


LEIA A NOTÍCIA:

Emprego e renda: Mais de 650 pessoas já estão atuando na construção da UTE Pampa Sul
305 trabalhadores contratados são de cidades da região

Após passar um ano e meio desempregado, Luiz Alberto Vieira Duarte começou a trabalhar, em setembro de 2015, na construção da Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), que está sendo erguida na localidade de Seival, em Candiota. Morador da cidade, ele conta que viu nos cursos gratuitos de qualificação profissional, oferecidos através do convênio firmado entre a Tractebel Energia (empresa responsável pelo empreendimento) com as prefeituras da região, Serviço Nacional da Indústria (Senai/RS) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social/Sistema Nacional de Emprego (FGTAS/Sine), uma oportunidade de trabalho. “Estava em uma situação bem difícil, desempregado. Hoje, estou trabalhando como servente. Consegui concluir os cursos de encanador, carpinteiro e pintor, e espero poder ter uma oportunidade nessas áreas também. O importante é estar trabalhando para depois ir ganhando experiência e melhorar de posto na empresa. Estamos tento uma ótima oportunidade de trabalho aqui. Para Candiota e região, a obra dessa usina está sendo muito boa”, observa o profissional, de 48 anos. 
Duarte presta serviço para a M. Roscoe, uma das 30 empresas que está envolvida na obra da UTE Pampa Sul. A Tractebel Energia contratou a chinesa SDEPCI para erguer a usina, que terá capacidade instalada de 340 megawatts (MW) e investimento total de R$ 1,8 bilhão. A Pampa Sul é fruto do leilão de energia A-5 de 28 de novembro de 2014, quando a Tractebel Energia adquiriu o direito de operação da nova usina por 25 anos, a partir de janeiro de 2019. 
Colega de trabalho de Duarte, José Carlos de Oliveira Júnior também comemora a chance que teve de participar de uma das capacitações ofertadas pelo convênio. O candiotense, de 21 anos, optou pelo curso de eletricista, área que já conhecia e tinha o desejo de se especializar. “Estava desempregado há seis meses, mas sempre mantive meu cadastro na agência FGTAS/Sine atualizado e, quando as vagas para a obra da nova usina começaram a surgir, eles entraram em contato comigo e desde outubro estou trabalhando. Temos bastante trabalho, mas está sendo ótimo poder ficar na região e estar perto da minha família. E agora com o curso de eletricista pretendo ganhar experiência para poder começar a trabalhar”, planeja o jovem. 
Júnior e Duarte com- põem o grupo de 305 trabalhadores da região que estão atuando na obra, ou seja, mais de 46% dos funcionários contratados até dezembro de 2015 para erguer a termelétrica são da Campanha gaúcha. Das 659 pessoas envolvidas na construção da usina, 523 são do Rio Grande do Sul. A cidade que mais possui funcionários operando a obra é Candiota, com 172 pessoas, seguida de Bagé, com 79 trabalhadores, Pinheiro Machado com 30 e, Hulha Negra, com 24. Todas essas cidades pertencentes às áreas de influência direta e indireta do empreendimento. 
A recomendação aos interessados em concorrer às próximas vagas é que mantenham seus cadastros atualizados nas agências FGTAS/Sine da região e fiquem atentos à divulgação de novas seleções. 

PICO DA OBRA – Para o gerente socioambiental da UTE Pampa Sul, Hugo Roger Stamm, a valorização da mão de obra regional faz com que a construção da usina proporcione ganhos diretos para toda a economia, através da geração de emprego e renda para diversas famílias. “Estes são dados extremamente relevantes e que demonstram o cuidado que a Tractebel Energia mantém com a comunidade regional. Atingimos a marca de quase 80% de trabalhadores oriundos do Rio Grande do Sul. E estes números tendem a aumentar à medida que o ano de 2016 passar e chegarmos ao pico da obra, quando cerca de duas mil pessoas deverão estar trabalhando”, prevê o executivo. 

CAPACITAÇÕES – Por meio do convênio firmado entre a Tractebel Energia – responsável pela UTE Pampa Sul – com as prefeituras da região, Serviço Nacional da Indústria (Senai/RS) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social/ Sistema Nacional de Emprego (FGTAS/Sine), 339 pessoas tiveram a oportunidade de se preparar gratuitamente para o mercado de trabalho. Os alunos que participaram das capacitações residem em Candiota, Bagé, Hulha Negra, Pedras Altas e Pinheiro Machado. 
Atualmente estão em andamento quatro turmas, com formação de eletricista Industrial, em Bagé e Candiota; isolamento térmico industrial, em Candiota; e de pedreiro, em Aceguá. Outras duas turmas estão previstas para iniciar nas próximas semanas. 
O convênio previa a oferta de 29 turmas de 16 capacitações profissionais. Entre os cursos oferecidos estão: armador de ferragens, carpintaria de formas, pedreiro, instalador hidráulico, pintor de obras, soldador no processo MIG/MAG, soldador no processo ER, montador de estruturas metálicas, soldador no processo TIG, encanador industrial, eletricista geral, auxiliar de mecânica industrial, montagem mecânica, eletricista industrial, isolamento térmico industrial e pintor industrial.

Sine demostra preocupação e Tractebel reafirma compromisso
Na tarde da última segunda-feira, 1º, foi realizada uma seleção de emprego na Agência FGTAS/Sine Candiota para contratação de 50 armadores de ferragens para atuarem na construção da UTE Pampa Sul. Desempregado há mais de sete meses e com uma filha de 10 anos para sustentar, José Henrique Marques Ferreira, 31 anos, foi um dos entrevistados. Com quatro anos de experiência na função, ele está otimista de que será um dos selecionados. “O desemprego em Bagé está horrível”, disse, referindo-se à situação econômica da cidade onde mora com a família. 
Apesar de ter sido ofertadas 50 vagas, o coordenador da Agência, Ronaldo Hobuss Hoesel, lamenta que apenas 20 candidatos compareceram à sede do órgão para participar das entrevistas com o pessoal da Açomonta, do Rio de Janeiro, uma das empresas contratadas para a obra. Hoesel destaca que a firma já contratou 30 armadores de ferragens e precisa de mais 50, sendo que pretende contratar até 120 armadores no pico da obra. Os candidatos deverão comprovar um ano de experiência na função. No entanto, para que seja aproveitada a mão de obra da região para a construção da termelétrica, o coordenador relata que solicitou à empresa para que contrate os formandos dos cursos gratuitos de capacitação profissional, promovidos através do convênio. “Eles (equipe da firma) falaram que vão analisar essa possibilidade”, destaca o coordenador. 
Até então, quatro turmas de armadores de ferragens concluíram os cursos, sendo 17 alunos em Candiota, 17 em Bagé, 14 em Hulha Negra e 19 em Pinheiro Machado. 
Outra preocupação da Agência FGTAS/Sine é que estão sendo contratados para a obra pessoas de outros estados brasileiros. Sobre isso, a Tractebel reforça o seu compromisso com a valorização da mão de obra regional e tem recomendado constantemente às empresas na obra da usina que aproveitem os trabalhadores da região. 
Ao mesmo tempo, a Tractebel ressalta ser comum que empresas que realizam grandes obras possuam trabalhadores de suas relações, já capacitados e experientes, e os utilizem em obras complexas, como é o caso da Pampa Sul. “Porém, sem diminuir o compromisso de buscar utilizar a mão de obra regional”, afirma Hugo Roger Stamm, gerente socioambiental da Pampa Sul. 
Atualmente, a M.Roscoe, empresa contratada pela chinesa SDPECI para as obras civis da UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), conta com um efetivo total de 380 funcioná- rios, sendo que 250 são contratados diretos da empresa e trabalhadores da região.

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