terça-feira, 5 de junho de 2018

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 05 de junho de 2018


LEIA A NOTÍCIA:

Desobstrução na BR-293: Exército se manifesta sobre ação em Hulha Negra
Dois manifestantes presos vão responder inquérito na Justiça Militar

Em nota enviada ao jornal, bem como, em entrevista coletiva do comandante da ação concedida à imprensa bageense, além de um vídeo institucional, o 3º Regimento de Cavalaria Mecanizada (3º RC Mec) explica como foi a ação de desobstrução realizada na manhã da última quarta-feira (30), na BR-293, nas proximidades do trevo de acesso a Hulha Negra. 

Conforme apurou a reportagem do TP - que esteve no local cerca de uma hora antes da ação do Exército, a maioria dos manifestantes era formada por trabalhadores contratados por empresas que prestam serviços no canteiro de obras da UTE Pampa Sul. Eles estavam apoiando a greve dos caminhoneiros e pediam que os benefícios concedi- dos pelo governo federal ao diesel também fossem estendidos à gasolina, etanol e gás de cozinha. 

EXÉRCITO - Conforme nota divulgada pelo 3º RC Mec, elementos desconhecido atearam de madrugada fogo em pneus no local, bloqueando completamente a via, tendo se evadido posteriormente. Ainda conforme a nota, a partir das 8h da manhã, trabalhadores com destino a Candiota chegaram ao local do bloqueio, desceram dos ônibus, mantiveram e aumentaram o fogo e assumiram a manifestação, prosseguindo com o bloqueio da via. 

Assim, por volta das 10h ocorreu uma ação de desbloqueio em cumprimento a um decreto do presidente Michel Temer. O procedimento foi conduzido por tropas do 3º Pelotão de Polícia do Exército (3º Pel PE), com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e sete membros da Brigada Militar (BM) de Candiota. “Durante a atuação, o 3º Pel PE foi posicionado ao centro, compondo a linha de movimento, resultando na liberação da via. Ao negociar e advertir que o bloqueio fosse retirado, houve resistência por parte dos manifestantes, havendo dois disparos com munição de borracha por parte do PE e BM, ferindo a perna de um dos envolvidos. O ferido foi atendido pela equipe de saúde do Exército que apoiava à operação. Houve, também, a prisão de dois manifestantes, tendo sido lavrado o Auto de Prisão em Flagrante (APF)”, assinala nota. 

No vídeo institucional, há o relato que um dos manifestantes estava armado e que um militar foi ferido na barriga por uma pedrada. O general José Ricardo Vendramin Nunes, que comandou a ação, disse em entrevista coletiva, que os dois homens presos responderão na Justiça Militar por obstrução, desobediência e crime militar. 

O TP apurou que os dois presos são montadores mecânicos, moram em Bagé e atuam na obra de construção da UTE Pampa Sul, em Candiota, tendo já sido liberados provisoriamente. A defesa deles está sendo organizada pelos advogados bageenses Mario Pinheiro, Elton Barcellos e Francisco Dois manifestantes presos vão responder inquérito na Justiça Militar.

MANIFESTANTES – O TP não conseguiu entrevistar nenhum dos manifestantes, contudo, em postagens nas redes sociais, muitos deles alegam que não houve negociação por parte das forças de segurança, bem como, negam que a primeira agressão tenha partido deles e sim que houve apenas reação ao avanço das tropas. Algumas entidades, como a Via Campesina, expressaram preocupação ao fato dos manifestantes terem sido presos num quartel, bem como, responderem o inquérito na esfera da Justiça Militar. O deputado estadual e ex-prefeito de Bagé Luiz Fernando Mainardi (PT) condenou a ação, dizendo que ela passou dos limites. “Houve despreparo e processos militares são injustificáveis. Temer (Michel) flerta com o autoritarismo. Negocia com os grandes, bate e processa os pequenos”, afirmou em sua rede social.

ASSISTA AO VÍDEO CITADO NA MATÉRIA:


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