quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 07 e 08 de janeiro de 2016





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Trabalhadores de empreiteira exigem melhores condições de trabalho

Uma parte das atividades foi interrompida no canteiro de obras da Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), em Candiota, na tarde desta quarta-feira, 6. Isso porque cerca de 250 funcionários, contratados pela M.Roscoe Engenharia e Construções Ltda, estão reivindicando melhores condições de trabalho. São soldadores, carpinteiros, armadores de ferragem e montadores de andaime que querem equiparação salarial, o pagamento do adicional insalubridade de 20% e que o o bônus assiduidade, que é de R$ 180 mensais, seja descontado de forma proporcional aos dias não trabalhados e não em sua totalidade como vem sendo feito, segundo eles. "Se o funcionário tiver uma falta, que seja descontado proporcional e não todo o vale", destacou o vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da empreiteira, Julio Cesar Fagundes Leite, que é armador de ferragem.
Com relação à equiparação salarial, Leite disse que funcionários de outra firma que está atuando na obra recebem mais do que R$ 1.250,00, que é a remuneração paga pela M.Roscoe aos seus operários. Ele ressaltou ainda que o local da obra não dispõe de uma área coberta para os trabalhadores ficarem nos dias chuvosos e falta água para a higiene pessoal dos mesmos. "Tem só água para beber", afirmou o vice-presidente da Cipa, informando que estão trabalhando na constru- ção da usina operários de Candiota, Bagé, Hulha Negra e Pinheiro Machado, e a empreiteira fornece transporte para todos eles.
O armador de ferragem Nilson dos Santos Machado, 42 anos, lamentou e classificou de desrespeito da empresa com os funcionários. "Uns têm botas, outros não têm. Uns têm capas de chuva, outros não", queixou-se.

REUNIÃO COM A EMPRESA - Diretores do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bagé (STICM) promoveram uma assembleia ao meio-dia desta quarta-feira, em frente ao refeitório provisório dos operários, que fica na Vila de Seival. Na oportunidade, foi formada uma comissão composta por sete funcionários. Juntamente com a diretoria da entidade, os integrantes da comissão vão apresentar as reivindicações aos representantes da M.Roscoe. A reunião será realizada na próxima segunda-feira, 11, às 9h, no local da obra.
Como ainda não tem nenhuma definição por parte da empresa, a categoria quer paralisar as atividades. No entanto, o diretor do Sindicato, Jorge Fara, que conduziu a assembleia, explicou que a legislação estabelece que os trabalhadores só podem parar 72 horas após decretar o estado de greve.
Fara informou ainda que a data-base da categoria é no dia 1º de maio, entretanto haverá uma antecipação do dissídio neste mês, estimada em 3,5%.
A assessoria de imprensa da M.Roscoe comunicou que a equipe da em presa está seguindo a convenção coletiva local e conversando com o sindicato.

TRACTEBEL - A UTE Pampa Sul está em fase inicial de construção na localidade de Seival, em Candiota. O empreendimento é da Tractebel Energia, que contratou a chinesa SDEPCI para erguer a usina, que terá capacidade instalada de 340 megawatts (MW) e investimento total de R$ 1,8 bilhão. Conforme informações da assessoria de imprensa da Pampa Sul, atualmente 30 empresas estão envolvidas na obra e em média 400 funcionários. Uma dessas firmas é a M.Roscoe, sediada em Belo Horizonte (MG). A Tractebel não possui responsabilidade direta nas contratações de empreiteiras e também atua como fiscalizadora da obra.
A Pampa Sul é fruto do leilão de energia A-5 de 28 de novembro de 2014, quando a Tractebel Energia adquiriu o direito de operação da nova usina por 25 anos, a partir de janeiro de 2019.

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